2 de agosto de 2010

Modelo de monografia (incompleta), compatível com o projeto publicado no Métodos da História






PÁGINA DE ROSTO


Nome da Instituição




Nome da Faculdade


Curso de História










EDITORA GLOBO: UMA AVENTURA EDITORIAL NOS ANOS DE 1930 A 1940










Elizabeth W. Rochadel Torresini












Orientador:








Porto Alegre, julho de 2010






EPÍGRAFE






Fatos






... fatos


são pedras duras.


Não há como fugir.


Fatos são palavras


ditas pelo mundo.






Orides Fontela








DEDICATÓRIA




Para Afonso, Angela e Denise,


meus irmãos e primeiros companheiros














AGRADECIMENTOS




Devo parte deste trabalho à competência e à preciosa orientação do professor Dr. ... , que me ajudaram a concluir essa tarefa.


Devo um sincero agradecimento a José Otávio Bertaso, de quem ouvi informações precisas, fruto de uma memória privilegiada, e histórias divertidíssimas, sempre acompanhadas de um vivo interesse por sua editora e por tudo que está ligado a ela.


Aprendi ao longo desses últimos anos, enquanto preparava a pesquisa e o texto, que qualquer atividade, por mais solitária que possa parecer, é marcada por momentos de sincera solidariedade.


Assim foi com Arnoldo Doberstein, Christa Berger, Ana Lúcia Venturella, Neli Colombo e demais colegas, a quem agradeço.






SUMÁRIO




INTRODUÇÃO 7




1. CAPITALISMO E INDÚSTRIA CULTURAL 11


1.1 A indústria cultural e o processo de industrialização no Brasil 11


1.2 A produção industrial de livros 13


1.3 A produção de livros no Brasil: breve histórico 13






2. O RIO GRANDE DO SUL NAS DÉCADAS de 1920 e 1930 14


2.1 Industrialização e ensino no Rio Grande do Sul 14


2.2 Rua da Praia: a sala de visita de uma capital 14


2.3 A produção intelctual no Rio Grande do Sul 14




3 A EDITORA GLOBO DE PORTO ALEGRE 15


3.1 Os primórdios da Globo 15


3.2 Em busca do mercado nacional 15


3.3 Consolidação empresarial 15


CONCLUSÃO 16


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 17


ANEXOS 18


APÊNDICES 19






INTRODUÇÃO


Entre os “novos objetos” da História está o livro. Esta presença deve-se às inúmeras possibilidades que um livro oferece como fonte e objeto de pesquisa, do seu formato e seu valor de marcado, ao conteúdo do texto. O livro pode ser analisado como mercadoria ou signo cultural que transmitem sentidos através da imagem ou do texto.


Avaliar a mercadoria livro supõe fazer levantamento econômico com elaboração de séries, apreciação de circulação, reconstituição de redes e volume de trocas . Por outro lado, tratar do signo cultural pressupõe muitas vezes fazer uma análise do seu conteúdo literário como espelho ou mesmo contraponto de uma época. Assim, através do livro, pode-se pensar numa história dos desejos não consumados, dos possíveis não realizados, das idéias não consumidas presentes nos agrupamentos humanos que ficaram marginais ao sucesso dos fatos .


O presente trabalho não trata do livro-mercadoria, não analisa qualquer conteúdo literário. Dentre as muitas formas que podem ser equacionadas para se fazer História, a escolhida, e que deu origem a esta pesquisa, é a edição de livros. Desta forma, escolheu-se a Editora Globo e a organização do seu fundo editorial, cujo principal acervo foi selecionado, traduzido, composto, impresso e colocado em circulação entre 1930 e 1948. [delimitação temporal]


O interesse pela Editora Globo surgiu durante a leitura de Intelectuais e a classe dirigente no Brasil (1920-1945), de Sergio Miceli. Nessa obra são apresentados os setores de mercado de trabalho que abrigaram os intelectuais brasileiros depois de 1920. São citadas as organizações partidárias, instituições culturais e as frentes de mobilização política e ideológica, o serviço público e, finalmente, o mercado do livro .


Após a leitura do estudo de Miceli, surge a seguinte indagação: como pôde aparecer no Rio Grande do Sul – fora do eixo Rio - São Paulo – uma editora do tamanho e da importância da Editora Globo ainda na década de 1930? Quais as condições suficientes para a sua expansão e as razões desse sucesso empresarial? [problemática de pesquisa]






Para responder ao questionamento acima apresentado, a presente pesquisa parte da hipótese de que o crescimento da Editora Globo, nas décadas de 1930 e 1940, está associado ao processo de industrialização do Brasil e do Rio Grande do Sul, ao desenvolvimento da industrial cultural brasileira e rio-grandense, ao aumento do número de leitores (indivíduos alfabetizados) e à atividade de escritores, tradutores, ilustradores disponíveis para a editoração. [hipótese]


Partindo da convicção de que mesmo o estudo da história de uma empresa não se esgota sem a sua conexão com uma realidade de maiores dimensões, optou-se, nesse trabalho, por traçar um estudo com os seguintes objetivos de pesquisa:


• analisar o processo de industrialização no Brasil e no Rio Grande do Sul entre os séculos XIX e XX; vinculação da indústria cultural com o processo de industrialização, considerando a produção industrial de livros e a origem da mesma no Brasil;


• identificar o momento da criação e da ampliação da Seção editora da Livraria do Globo, destacar suas principais edições, publicações de revistas e outros bens culturais; fazer um levantamento do número de alfabetizados no Rio Grande do Sul, entre as décadas de 1920 e 1930, dos indivíduos leitores de livros;


• avaliar e analisar as possibilidades que o Rio Grande do Sul oferecia em termos de pessoal capacitado para atender as demandas da editora no que se refere às traduções, ilustrações e toda a sorte de serviços especializados que essa indústria requer;


• analisar a diversificação da produção editorial como forma de atingir grupos diferentes, com distintos interesses, tais como: literatura policial, literatura erudita, literatura infantil, enciclopédias, dicionários, livros técnicos, obras de culinária, manuais de bem-viver, e obras de interesse geral. [objetivos]






[Atenção>procedimento metodológicos>]


Para viabilizar o estudo partiu-se, primeiramente, da leitura e coleta de dados em livros de memórias, biografia, perfis de época e autobiografias. Nestas fontes, procurou-se localizar os escritores gaúchos, suas obras, seus depoimentos, seus itinerários em Porto Alegre, com passagens por livrarias, cafés, jornais, restaurantes e cinemas. Localizou-se o grupo de intelectuais mais próximos dos cafés da Rua da Praia e da Livraria do Globo.


Com o propósito de endossar e fazer acréscimos aos depoimentos existentes nas obras consultadas, realizou-se uma série de entrevistas com José Otávio Bertaso, diretor da Editora Globo. As gravações das entrevistas, feitas em janeiro e julho de 1986, foram indispensáveis à compreensão da importância de alguns dados colhidos até então. Firmou-se, nesse momento, a certeza de que as fontes selecionadas possuíam indicadores para um caminho a ser seguido, devido à riqueza de informações e à capacidade de indicar nomes, datas, detalhes e impressões acerca de uma época.


Ao delimitar o objeto de estudo, o próximo passo foi a reunião de uma literatura crítica sobre o tema industrialização, indústria de livros no rio Grande do Sul e no Brasil e indústria cultural de uma maneira geral.


Alicerçados alguns pressupostos, partiu-se para a coleta de dados em relatórios da presidência do Estado do Rio Grande do Sul, em censos sobre educação e população, em jornais (Correio do Povo, sobretudo) e revistas. Estas se tornaram importantes na medida em que a Globo possuía a Revista do Globo, de onde foram retirados dados relativos aos esquemas de divulgação e comercialização, bem como material para ilustrar o lançamento de determinadas obras. Nos jornais buscou-se avaliar o impacto e a repercussão das inúmeras edições da Globo.


Sem as memórias de Erico Veríssimo este estudo teria outras características. A paciência com que Erico relata a sua vida, e a ligação dele com a atividade intelectual rio-grandense e com a Globo, possibilitaram a inclusão no texto de algumas passagens que seguramente não existem em outras fontes disponíveis. O mesmo pode ser dito de Augusto Meyer e Paulo de Gouvêa, cujos textos de memória – cada um a seu modo – revelam uma afinidade poética com seu tempo e com a Porto Alegre de seus sonhos.


Do Livro de Registros da Globo foram extraídas as características da editora ao longo de aproximadamente vinte anos, isto é, de 1928 a 1948. Esse livro, no entanto, abrange um período que vai de 1925 a 1977. O maior número de registros será localizado nos anos selecionados para esta pesquisa.


Finalmente, é importante salientar que foi comovente trabalhar com o Livro de Registros do Globo e ver registrada, na ponta do lápis ou da caneta, a concretização dos anseios de homens que não mediram esforços para valorizar o livro no Brasil.






1. CAPITALISMO E INDÚSTRIA CULTURAL


1.1 A indústria cultural e o processo de industrialização no Brasil


A indústria cultural, expressão criada por Theodor Adorno e Max Horkheimer, é fenômeno típico do capitalismo do século XX em sua fase monopolista. A tecnologia avançada e a necessidade crescente de informações e de bens culturais permitem que o modo de produção capitalista se aproprie dos modos de informar e de fazer cultura, para transformá-los em mercadorias em envolvem, em alguns casos, alta tecnologia.


Carlos Eduardo Lins da Silva destaca a importância de se estudar e interpretar o passado da indústria cultural no Brasil, afirmando que se trata de um campo quase virgem de pesquisa, lembrando que a indústria cultural é, ela mesma, um meio de produção e deve ser estudada como tal . A produção da cultura industrializada, contudo, aparece com a própria industrialização do século XIX, ainda conseqüência da etapa liberal do capitalismo. A industrialização que permite a produção de bens culturais de consumo é a da fase monopolista do capitalismo, que visa aumentar o consumo de bens simbólicos através da propaganda massiva e da ampliação dos meios de comunicação de massa. Assim, a eletrificação dos centros urbanos e do mundo rural, bem como a construção de estradas de rodagem e de ferrovias são fatores de unificação necessários para que se estabeleça uma rede de consumo dos produtos industrializados.






A indústria de bens culturais aparece no Brasil com a própria industrialização. No final do século XIX, circunstâncias históricas permitiram o aparecimento das condições para o desenvolvimento do processo de industrialização que se dá no século XX. Sabe-se que a abolição da mão-de-obra escrava e o assentamento do trabalho assalariado, a imigração européia para o sul do país, a construção de ferrovias e melhoria dos portos, a dinamização do setor de mercado interno e a concentração de renda na região centro-sul formam o ponto de partida para o desenvolvimento desse processo de industrialização.






Como é sabido, depois da Primeira Guerra, o Brasil passa por um processo de substituição de importações que se estende pelas décadas de 1930 a 1950. O modelo somente entra em colapso com a nova realidade criada pela Segunda Guerra Mundial. A substituição de importações desenvolve uma indústria voltada para a produção de alimentos, vestuário, utensílios domésticos, equipamentos simples e bebidas, quando são atendidas as necessidades mais imediatas da população.






Nesse período enfocado, a cultura também começa a ser produzida industrialmente. É o momento das grandes editoras no eixo Rio - São Paulo. Afirma Nelson Werneck Sodré:






Desde que surgiram aqui as primeiras oficinas gráficas, claro que começaram a ser produzidos livros. A precariedade do parque gráfico, na fase artesanal da imprensa, era tamanha, entretanto, que o livro, na maior parte, era impresso no exterior, particularmente, em Portugal. O desenvolvimento do parque gráfico brasileiro data da fase em que crescem e se alastram as relações capitalistas; assim, a atividade editorial, em termos nacionais, tem início após a revolução de 1930.






Para se pensar a indústria de livros não se pode esquecer que ela tem a sua especificidade, surgindo no Brasil no Brasil num contexto diferente daquele das nações que inventaram a produção de livros em série.






1.2 A produção industrial de livros






[...]


1.3 A produção de livros no Brasil: breve histórico






[...]




2. O RIO GRANDE DO SUL NAS DÉCADAS de 1920 e 1930


2.1 Industrialização e ensino no Rio Grande do Sul


2.2 Rua da Praia: a sala de visita de uma capital


2.3 A produção intelectual no Rio Grande do Sul




3 A EDITORA GLOBO DE PORTO ALEGRE


3.1 Os primórdios da Globo


3.2 Em busca do mercado nacional


3.3 Consolidação empresarial






CONCLUSÃO




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ADORNO, Theodor e HORKHEIMER, Max. A indústria cultural: i Iluminismo como mistificação de massa. In: COSTA LIMA, Luiz. Teoria da cultura de massa. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.


CHARTIER, Roger e ROCHE, Daniel. O livro: uma mudança de perspectiva. In: LE GOFF, Jacques e NORA, Pierre. História: novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.


COHN, Gabriel. Problemas de industrialização no século XX. IN: MOTA, Carlos Guilherme (org.) Brasil em perspectiva. 10. ed. Rio de Janeiro: Difel, 1978.


FONTELA, Orides. Teia. São Paulo: Geração Editorial, 1996.


FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Nacional, 1976.


GOUVÊA, Paulo de. O grupo. Porto Alegre: Movimento/IEL, 1976.


LINS DA SILVA, Carlos Eduardo. Indústria cultural e cultura brasileira: pela utilização do conceito de hegemonia cultural. Revista da Civilização Brasileira, ago. 1980..


MEYER, Augusto. No tempo da flor. Rio de Janeiro: Lidador, 1965.


MICELI, Sérgio. Intelectuais e a classe dirigente no Brasil (1920-1945). São Paulo: Difel, 1979.


SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.


SODRÉ, Nelson Wernerck. Síntese de História da Cultura Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976.


VERISSIMO, Erico. Um certo Henrique Bertaso. Porto Alegre: Globo, 1972.






ANEXOS






APÊNDICES

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